sábado, 1 de agosto de 2015

Pensamentos vagos- parte 2

  Naquele dia encontrei-te por acaso e fizeste-me um convite para ir jantar a um restaurante na praia. Confesso que fui um pouco contra a minha vontade, e, longe da minha imaginação estava, tudo o que aconteceu. E mesmo apesar de não me apetecer muito a tua companhia para jantar, vivemos minutos felizes, deve citar-se.
  Pediste-me para irmos dar uma volta à beira-mar e eu aceitei. Confesso que não sabia o que é que se tinha infiltrado em mim, pois eras a última pessoa com quem queria jantar, passear ou até mesmo falar. O que é certo é que até me estava a fazer bem. Falar contigo, dizer-te tudo o que ficou por dizer, descansou-me a alma. Embora não soubesse se isso iria mudar ou não alguma coisa entre nós, ao menos disse-te tudo o que pensava.
  Num segundo estávamos bem. No outro estávamos praticamente entre a vida e a morte... Foi quando percebi que estávamos a ser assaltados. Tinham-me agarrado, eles queriam-me a mim, uma rapariga frágil, indefesa. Mas tu, forte como és e sempre foste, - e nisso somos o oposto um do outro -, tentas-te impedi-los de me levarem.
  A fúria era tanta que acabaram por te dar uma sova. No meio daquilo tudo, eu só gritava. Praticamente não podia fazer nada, pois um deles estava a agarrar-me e eu era demasiado fraca para a elevada massa muscular que ele apresentava.
  Quando finalmente decidiram ir-se embora, corri para junto de ti, que estavas no chão, com o lábio inferior a sangrar. Não sei muito bem como, mas felizmente consegui fazer com que chegássemos até tua casa. Desinfetei-te o lábio e obriguei-te a pôr gelo. Quis levar-te ao hospital, mas disseste que estavas demasiado cansado para isso e tentas-te convencer-me de que não seria necessário. Mesmo não me conformando com essa tua ideia, decidi ir-me embora, mas tu pedis-te para que ficasse mais um pouco. Embora fosse tarde, e eu não quisesses estar contigo, na verdade houve algo que me fez ficar. Algo que me fez perceber que te queria ter por perto novamente. Algo fez-me perceber que tiveste medo de me perder no momento em que me queriam levar, assim como algo fez-me perceber que eu própria tive medo de te perder, quando, do nada te armas-te em forte e acabas-te no chão com os lábios a sangrar.
  Bela noite, sem dúvida...

Mariana Rosário

(31/07/2015)

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