Naquela tarde vi o teu rosto triste e cansado. Estavas com
dores de cabeça e fatigada, mas mesmo assim, esforçavas-te para que te saísse
alguma coisa do cérebro.- Cérebro esse, que eu sempre achei que fosse de génio,
porque sempre foste inteligente. (É uma das coisas por que te amo tanto.)
–Porque na semana a seguir, terias que entregar uma ata ou algo do género.
Fiquei a observar-te naquela que era a tua
parte preferida da nossa casa. Naquele que era o teu canto. O jardim, com as
rosas lindíssimas que adoravas regar. Observei-te sentada na tua
cadeira-balouço. O teu rosto era nítido e corado- uma coisa que sempre foste,
mesmo até na tarde em que nos conhecemos. Lembro-me tão bem..-
Queria ser teu, ser dono dos teus braços,
reconfortar-te no calor do meu peito. Queria que fosses minha para sempre e
proteger-te para que nada nem ninguém te fizesse mal.
Já me tinha passado pela cabeça inúmeras
vezes, que raio de lotaria é que me tinha saído para eu ter tido tanta sorte em
te ter encontrado, em te ter agarrado e nunca mais te ter largado até hoje. Mas
quando te vi ali, concentrada em dares o teu melhor, tive a certeza de que não
te queria perder. Eras minha assim como eu era teu. Assim como o mar é da areia
ou vice-versa.
Não sabia o que te dizer. Apenas fiquei a
observar-te e estava firme de uma coisa. Amava-te. Como jamais te amei.
Mariana
Rosário
(09/08/2015)
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