domingo, 16 de agosto de 2015

Prometo ficar

 Naquela tarde  vi o teu rosto triste e cansado. Estavas com dores de cabeça e fatigada, mas mesmo assim, esforçavas-te para que te saísse alguma coisa do cérebro.- Cérebro esse, que eu sempre achei que fosse de génio, porque sempre foste inteligente. (É uma das coisas por que te amo tanto.) –Porque na semana a seguir, terias que entregar uma ata ou algo do género.
 Fiquei a observar-te naquela que era a tua parte preferida da nossa casa. Naquele que era o teu canto. O jardim, com as rosas lindíssimas que adoravas regar. Observei-te sentada na tua cadeira-balouço. O teu rosto era nítido e corado- uma coisa que sempre foste, mesmo até na tarde em que nos conhecemos. Lembro-me tão bem..-
 Queria ser teu, ser dono dos teus braços, reconfortar-te no calor do meu peito. Queria que fosses minha para sempre e proteger-te para que nada nem ninguém te fizesse mal.
 Já me tinha passado pela cabeça inúmeras vezes, que raio de lotaria é que me tinha saído para eu ter tido tanta sorte em te ter encontrado, em te ter agarrado e nunca mais te ter largado até hoje. Mas quando te vi ali, concentrada em dares o teu melhor, tive a certeza de que não te queria perder. Eras minha assim como eu era teu. Assim como o mar é da areia ou vice-versa.
 Não sabia o que te dizer. Apenas fiquei a observar-te e estava firme de uma coisa. Amava-te. Como jamais te amei.

Mariana Rosário


(09/08/2015)

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