Mais um fim de tarde como tantos outros
Afiei o lápis, abri o caderno, meti a primeira sonata de Brahms para violoncelo a reproduzir e estou aqui; a debitar palavras, ou a tentar debitá-las porque hoje não me sai nada de nada.
O sol bate-me na cara e eu não me importo muito. Não faz diferença e o seu pôr só representa mais um dia passado neste vazio cheio de nada. -Apetece-me queimar esta página.-
Não há palavras que consigam sequer descrever este "nada" que me persegue e atormenta. Não há algo que eu possa fazer para que deixe de me sentir assim: vazia, cheia de nada, mas sentindo tudo ao mesmo tempo, pois é isso mesmo que me sinto: um misto de dúvidas e certezas, um contraste entre tudo e nada, um coração vazio e cheio.
Tenho montes de textos por terminar, mas nada me sai. Irrita-me que ainda permaneças por cá quando já partiste e foste tu quem decidiu quando e como. Porque não foste de uma vez por todas?! Bolas, odeio-te por isso e muito mais!!!
Por hoje ficamos assim. Na companhia de um gin formado de lágrimas que só a escuridão e a solidão vêem e ouvem a tristeza que me percorre o corpo.
Mariana Rosário (13/08/2018)
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