30 de junho
E tudo acabou naquele dia. A última palavra, o último toque, o primeiro e último beijo, tudo se foi naquele dia.
Ficámos por ali e assim estamos; sós e distantes; como a terra está do céu; Como o preto se diferencia do branco.
Não percebo porque é que ainda me sinto assim, não era suposto assim estar. Era suposto já ter ultrapassado a situação e ter andado com a minha vida para a frente, até porque afinal de contas é esse mesmo o seu sentido.
O tempo passa e tudo permanece intacto, no mesmo sítio, não se move, é fixo. Na realidade até parece que não passou tempo nenhum porque eu acho que às vezes nem dou por ele a passar.
É e será sempre inútil escrever-te o que quer que seja, mas gostaria que soubesses que levarei comigo este dia para sempre no meu coração. Acho mesmo que te levarei para sempre no coração, embora eu saiba que de nada servirá. Ao mesmo tempo cansei-me de tudo isto; Cansei-me de sentir por ti tudo o que tu nunca sentiste por mim e de carregar este peso sozinha.
Este dia vai ser sempre recordado de alguma forma, como o último dia em que te vi, a última vez que falámos, a última vez que te tive nos meus braços, a última vez que pude sentir a tua face e depois não houve mais nada. Se calhar porque é assim mesmo que tem que ser.
Mariana Rosário (11/08/2018- 01h23)
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