À medida que vou ficando mais velha, a minha precessão de tempo vai mudando, tornando-se numa passagem bastante mais rápida e menos pormenorizada de tudo. O fim do verão não é exceção.
Setembro é sinónimo de regresso à rotina, à reposição de sonos (ou não) às noites mais curtas, às regras e ao estudo intensivo. Contudo, também é sinónimo de coisas boas: rever amigos e aqueles que nos são especiais. Voltar a fazer aquilo que mais se ama, voltar cheia de força e com novos desafios e com a energia necessária para os superar.
É sinónimo de novos recomeços, de estabelecer as nossa prioridades de novo, de perceber quem está realmente connosco e quem é que nos quer bem de verdade.
É-me difícil deixar algumas coisas para trás. É-me difícil deixar a minha casa, o meu quarto, o meu espaço, as minhas coisas. É-me difícil deixar a minha melhor amiga e os passeios no Rossio; é-me difícil deixar os meus amigos de cá e os meus pais. E por isso, setembro também significa saudade. Mas está na altura de seguir viagem com destino a novas aventuras e desafios. É difícil deixar para trás certas coisas, mas no fundo, algumas delas também me deixaram a mim para trás. E por vezes, temos que as deixar também lá ficar, tal como fizeram connosco. O melhor mesmo, é fingir que morreram.
Setembro, acima de tudo, significa manter o foco no que realmente interessa, naquilo que importa verdadeiramente. Manter a cabeça ocupada com novos e melhores desafios que o ano anterior e nunca perder a esperança. E deixar sempre a porcaria dos nervos em casa, trancados numa gaveta a 7 chaves.
Mariana Rosário
setembro 2019
"Episódios" da vida de uma miúda de 21 anos que gosta de "brincar" com as palavras de vez em quando...
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