segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Pelo teu aniversário

 Parabéns. (Não sei bem se deva chamar-te meu amor, pois não és meu, e não sei se é realmente amor aquilo que ainda sinto por ti. Sim, é amor, mas não sei se é aquela chama ardente que ardia dentro de mim todos os dias e que me derrubava ao ponto de eu não conseguir fazer nada). Sabes, o fogo é lindo, mas é preciso ter-se cuidado com ele. Tanto pode doer ardentemente, como pode arder por um amor verdadeiro e correspondido. Portanto, o fogo é uma metáfora do que é o amor, diria eu, tal como o disse Camões.
 Espero que tenhas um ótimo dia junto daqueles que mais gostas, uma lista de pessoas à qual eu não estarei de certeza incluída. Tenho pena de não poder estar contigo da maneira que gostaria de estar, mas a decisão foi simplesmente tua em relação a isso. Tudo fiz para que juntos ficássemos e que tudo desse certo na nossa história. Reconheço também que se calhar errei, mas sempre fiz o que achava estar certo seguindo sempre o meu coração e não me arrependo.
 Tenho saudades dos nossos contactos visuais, daquela comunicação, da intimidade que tínhamos um com o outro. Não eram precisas palavras nenhumas. Os nossos olhares falavam por si.
 Tenho saudades de muita coisa. Demasiadas coisas, até. E embora eu diga a mim mesma que tudo isto vai passar e que já não te vejo da mesma maneira, o que é certo é que há sempre um dia em que a dor decide apoderar-se de mim. Decide simplesmente voltar a fazer-me lembrar de todos os pormenores que sei sobre ti, nem que seja a tua data de nascimento, qualquer coisa, por mais insignificante que seja, tudo vem à memória. Não sei, não faço ideia de qual seja o objetivo da dor voltar, mas ela volta e no dia a seguir vai embora. Um tempo depois volta de novo e sempre com outras memórias, outros pormenores.


Mariana Rosário (04/09/2016)

Revisão: Rita Serrano